O Ministério Público de Goiás (MPGO), em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrou nesta terça-feira (28/1) a Operação Abstersio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava na Secretaria Municipal de Saúde de Nerópolis desde 2017. A investigação revelou um esquema de fraudes em licitações, nepotismo e desvios de recursos públicos que chocou o estado.
De acordo com o MPGO, os empresários envolvidos no esquema não possuíam a qualificação técnica necessária para os serviços contratados. Além disso, muitos deles tinham vínculos familiares e de amizade com uma servidora municipal apontada como a líder do grupo criminoso.
Casos de Destaque
Um dos casos que mais chamou atenção durante a operação foi o de uma investigada analfabeta que venceu uma licitação para representar o município em importantes funções relacionadas à saúde. Entre as atribuições previstas, estavam a gestão da Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa e a organização de treinamentos para cuidadores de pacientes acamados. Há indícios de que diversos serviços contratados sequer tenham sido prestados.
Ações da Justiça
Para combater o esquema, a Justiça expediu:
- 22 mandados de busca e apreensão;
- 1 mandado de prisão preventiva;
- Determinação de bloqueio de bens dos investigados, somando até R$ 1,5 milhão, conforme o nível de participação de cada envolvido no esquema.
Os mandados foram cumpridos em Nerópolis, Goiânia, Jataí e Brasília (DF).
Crimes Investigados
Os suspeitos podem responder por uma série de crimes, incluindo:
- Organização criminosa;
- Fraude em licitação;
- Contratação indevida;
- Peculato;
- Falsidade ideológica e material;
- Corrupção ativa e passiva;
- Lavagem de dinheiro.
O esquema envolvia principalmente áreas ligadas à saúde pública, como treinamento, consultorias e palestras educativas, setores que deveriam servir diretamente à população.
Impacto e Desdobramentos
A operação expõe mais um caso grave de desvio de recursos destinados à saúde pública, prejudicando o atendimento à população e gerando descrédito em setores essenciais. As investigações continuam, e o MPGO promete ações rigorosas para garantir a responsabilização de todos os envolvidos.